Paraíba registra mais de 10 mil crianças sem o nome do pai em 4 anos

Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais mostram que o sub-registro de paternidade atingiu 10.592 crianças, entre os anos de 2021 e...

Paraíba registra mais de 10 mil crianças sem o nome do pai em 4 anos
Paraíba registra mais de 10 mil crianças sem o nome do pai em 4 anos (Foto: Reprodução)

Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais mostram que o sub-registro de paternidade atingiu 10.592 crianças, entre os anos de 2021 e 2024. Registro de Nascimento John Pacheco/G1 Mais de 10 mil crianças foram registradas sem o nome do pai na certidão de nascimento nos últimos quatro anos, na Paraíba. De acordo com os dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), o sub-registro de paternidade atingiu 10.592 crianças entre 2021 e 2024. LEIA TAMBÉM: Ex-árbitro é preso na PB em operação que investiga grupo suspeito de manipular resultados de jogos de futebol De acordo com o Ministério Público da Paraíba, a ausência do nome do pai no registro de nascimento é uma violação de direitos e um gerador de efeitos emocionais, morais e patrimoniais aos filhos de pais ausentes. A atuação do MPPB para o reconhecimento de paternidade faz parte da rotina dos promotores de Justiça que atuam na área de família, que promoveram uma campanha de conscientização sobre o tema. Intitulada de "Não é apenas um sobrenome", a campanha do MPPB tem como gestor o procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto. Segundo ele, cada criança sem o nome do pai em seu registro de nascimento é uma criança que sofre uma violação de direitos como pensão alimentícia, convívio com o genitor, herança e repercussões emocionais e sociais. “Por isso, é importante que os cartórios, os promotores de Justiça e os familiares de crianças com pais ausentes busquem, dentro do possível, que todas as crianças e adolescentes possam desfrutar desse direito”, disse Antônio Hortêncio. Como é o reconhecimento de paternidade O cartório deve identificar a ausência do nome do pai no ato do registro do bebê, onde todas as informações relacionadas ao caso serão coletadas e, caso haja indicação de um suposto pai, o Judiciário ou o Ministério Público serão acionados. Com as informações encaminhadas pelo cartório ou atendendo uma demanda aportada na Promotoria de Justiça, o MPPB notifica a mãe ou o responsável e tenta conciliação para reconhecimento voluntário do suposto pai, com realização de um exame de DNA. Se for voluntário, com a concordância do pai, mãe e filho/a (se maior de idade), o reconhecimento de paternidade deve ser feito diretamente no cartório de registro civil do município, onde uma nova certidão de nascimento será emitida. Em caso de negativa do suposto pai para o reconhecimento da paternidade, o MPPB ingressa com ação judicial de reconhecimento de paternidade. Para acionar a Promotoria de Justiça, utilize um dos canais do MPPB. Vídeos mais assistidos do g1 da Paraíba